4. Sustentabilidade favorecida pela implantação compacta do conjunto construído

A estratégia de implantação do programa em pavilhões longilíneos e ao mesmo tempo compactos favorece as dinâmicas sustentáveis de operação dos sistemas de instalações de cada uma das construções.


As plantas longilíneas otimizam a iluminação e ventilação naturais das atividades.
O sistema de fachadas ventilantes com proteção integral contra chuvas – as lâminas horizontais são elementos que “quebram” a chuva, além, é óbvio, do sol vertical do verão – e a circulação perimetral em varandas constituem uma “pele” para os diversos ambientes internos, de maneira a habilitar mecanismos de climatização passiva.


No inverno, durante o dia, a radiação (calor) entra aquecendo os ambientes, quase todos encaixilhados. A “pele”, com seus elementos de fachadas e varandas, atua então como corpo de massa, incrementando a inércia térmica do edifício. Com a possibilidade de controle da ventilação em cada ambiente de maneira independente, retarda-se conforme desejado a dissipação do calor ganho durante o dia, dando origem ao chamado "efeito estufa".


No verão, o calor é dissipado pela ventilação natural cruzada obtida através das fachadas ventilantes, mesmo nos dias mais chuvosos: esta “pele” filtra a incidência direta de sol mais vertical, dissipando a luz indireta para os ambientes, ao mesmo tempo em que permite a ventilação de forma plena, para a dissipação do calor.


Além destes mecanismos, a concentração de todo o programa em apenas dois blocos compactos contribui ativamente na racionalização da captação de águas. Os programas externos são apoiados sobre as áreas edificadas e não diretamente sobre o terreno. Esta medida libera o solo de maneira a permitir um considerável aumento da área permeável de projeto: a área permeável final é de aproximadamente 11.168m², resultando em uma taxa de 55% da área do terreno. (A expectativa inicial do edital é de 25%). As coberturas em plano único possibilitam um sistema econômico de captação da água das chuvas, que é em seguida armazenada para reuso.


Deste modo, o conjunto construído dispõe das áreas de cobertura dos pavilhões para a realização dos programas externos como solário, quadras e jardim mirante – que permite o desfrute da paisagem de colinas, típica da topografia local. Estes programas contam assim tanto com a vista para a cidade, aproveitando-se da implantação numa situação de encosta, como também com a vista para o grande jardim central.

5. Construção


A tipologia construtiva dos pavilhões foi concebida para garantir agilidade e economia à obra.


Para isto o partido estrutural compõe duas estratégias: para os grandes vãos são utilizadas estruturas de alto rendimento (treliças no o ginásio e vigas no teatro e na piscina coberta de grande inércia); enquanto os programas que não necessitam de grandes vazios são acomodados em uma malha estrutural econômica de 7,5 x 7,5m.


Às coberturas foram reservados apenas os usos mais leves, prevendo-se as piscinas, obviamente, todas apoiadas diretamente sobre solo, onde as fundações e as lajes de fundo podem ser mais econômicas, além de se evitar, com esse arranjo, riscos de vazamentos sobre outras atividades.


A fachada poderá ser sempre acessada por dentro, pelas varandas de circulação e por passadiços de serviço, facilitando sua manutenção.

 6. Transformações sugeridas para o entorno

Em se tratando de uma região de colinas, a recomposição da vegetação como estratégia de ocupação das áreas de maior declive pode ser expandida também para algumas áreas da vizinhança, como as encostas do verso das arquibancadas do Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho e as margens do córrego Cubatão.

Especificamente para a quadra urbana compartilhada entre o SESC Franca e o estádio, sugere-se a adoção de um tratamento único das calçadas e a composição uniforme de gradis junto às testadas da quadra, de maneira a permitir desde as ruas uma franca relação visual com os jardins propostos.