A proposta original da Prefeitura de Santo André previa a instalação, no interior de um parque público da cidade, de um museu de Ciências para crianças, associado à rede pública de escolas. O projeto apresentado amplia o programa inicial do museu e propõe um pavilhão para abrigar, não só o museu, mas também outras atividades, como exposições de arte e eventos diversos.

A área destinada à construção do pavilhão é muito próxima das vias lindeiras ao parque o que foi propício para a elaboração de um plano de acesso restrito, cujo objetivo é
não perturbar as outras atividades do parque. Assim, chega-se ao museu por uma grande praça que permite estacionamento de automóveis e de transporte escolar. A entrada para o Pavilhão se dá por uma rampa descoberta, acesso a uma galeria subterrânea que liga a esplanada de entrada diretamente ao interior do edifício. Nessa galeria foram dispostos serviços de apoio como sanitários, salas administrativas e depósito.

O pavilhão aflora como uma grande rocha, uma grande viga, aproveitando a queda do terreno. A viga tem a altura de um pé direito e fica levantada do chão 60 cm como se estivesse flutuando. Para entrar, é preciso descer até alcançar o pé direito total. 


A estrutura, com um vão de 30 por 160 metros de extensão aproximadamente, é constituída por duas vigas de concreto armado, entre as quais está toda a montagem interna dos andares. Aparentemente suspenso, o edifício é exuberante, apoiado em 3 pilares, “tocos” baixos de 150cm, com vãos de 80 e balanço de 20metros . Uma construção insólita.

 Como o parque está muito ligado à idéia de natureza, a captação das águas pluviais de uma área tão grande é muito importante do ponto de vista formal da arquitetura - as duas vigas são também calhas contínuas que captam toda a água da cobertura, para despejá-la no solo, através de quatro fontes situadas nos extremos do pavilhão, recompondo os caminhos naturais das águas no parque.

Ao invés de caixilhos, foram instaladas janelas nos espaços formados por um necessário muro de arrimo, um pouco mais alto, de tal forma que não se vêem janelas, nem de dentro e nem de fora, criando uma iluminação surpreendente.

Alem do pavilhão, dois outros volumes foram propostos: um para abrigar o auditório e outro para um recinto expositivo especial. Ambos se conectam com o edifício principal através de passagens cobertas