A situação da área na planta da cidade ressalta a rodovia Raposo Tavares com destino de avenida urbana, contando com o anel viário projetado e o metrô previsto, talvez dentro de dez anos.


Diante da topografia muito quebrada, frágil fragmento do território original que se quer preservar e incentivar num exemplar contraponto, é imperativo uma matriz arquitetônica que resolva de modo íntegro não só os problemas dessa contradição mas assegura uma qualidade que se sustente para o futuro. Que seja possível no tempo, transformar toda a área num parque e, igualmente, expandir as construções com liberdade.

A solução que aflora, por maior e atraente contradição, é frequentar toda a mata caminhando na horizontal - uma rua aérea com poucas e decididas ancoragens no terreno, liberdade de locação das fundações, sucessivas quanto ao método de construção.


Movimentos de terra todos descartados evitando soterrar a vegetação existente, desequilibrar os taludes já muito enérgicos, desestabilizar as ravinas, contrariar as águas.

Esta estrutura suspensa - eixo do conjunto - é uma via de alimentação de serviços e manutenção, capaz de garantir êxito no tempo para todo o empreendimento. Na forma de satélites, surgem as demais edificações.

A grande esplanada de acesso junto à rodovia é um estacionamento coberto como área de acolhimento - entradas do ginásio e do auditório, café, a calçada de serviços. Na cobertura, as quadras esportivas, a piscina, a vista para toda a região. Neste conjunto frontal à rodovia, porta da instituição, uma praça de entrada. No eixo mais adiante desvenda-se o parque e o acesso à rua aérea. À noite, todo o local iluminado, animado, denso de atividades.

O projeto imagina uma solução de modo eficiente e radical, a escola implantada neste terreno, neste lugar - uma paisagem penetrada de modo plausível, uma idéia consolidada.